4 de abril de 2016

Zoeira na História: A Vodka Russa


Na primeira década após o fim da Segunda Guerra, a União Soviética se viu num problema quanto a sua produção de blindados. Os Aliados haviam produzidos protótipos de veículos relativamente leves e com poder de fogo (Ex.: Leopard 1). E os soviéticos não queriam ficar de fora, pois na época só produziram veículos pesados (Ex.: IS-2, IS-3, IS-4, IS-7, etc ).

Assim surge uma nova linha de veículos leves, fortemente blindados e com poder de fogo, que mais tarde dariam surgimento para que hoje chamamos de MBT (Main Battle Tank), isso eu falo em outra ocasião.




O primeiro protótipo do T-54 saiu por volta de 1945, pouco antes de terminar a Guerra, e sua produção começou em 1947. Logo o T-54 se tornou o veículo principal da União Soviética e dos países que faziam parte do Pacto de Varsóvia. Estando presente em diversos conflitos do Século XX e foi o veículo mais produzido da História, tento 60.000 a 85.000 unidades produzidas. Até hoje variações dos T-54/55 são usadas em países da África e do Oriente Médio.

Uma curiosidade, os veículos Soviéticos, nunca enfrentaram diretamente os da OTAN, sua primeira aparição por volta de 1950 obrigou a Reino Unido a desenvolver um novo canhão, o Royar Orange L7, e os EUA a desenvolver um novo veículo o M60 Patton. E a treta estava armada, começava assim a corrida de quem produziria o melhor veículo da Guerra Fria.


Por dentro do 54/55

Em muitos aspectos o T-54 é parecido com o T-55, dificultando sua diferenciação. O T-54 tem uma pequena ventilação em sua torre que ajuda diferenciar do T-55, que não possuí. Muitos dos T-54S foram utilizados para ser tornarem os primeiros T-55, por isso se diz T-54/55. 

As diferenças entre os dois veículos são muito poucas, diferenciando apenas poucos detalhes como um motor melhor, uma blindagem mais espessas e etc. Na verdade o T-55 é original do T-54 apenas feito por outra equipe em um ligar diferente do território da antiga URSS.



Produção em série

A produção do T-54-1, ou como preferir T-54 mod 1, foi bem lenta, apenas 1.490 T-44 foram modificados para a versão nova. Após alguns problemas de qualidade quanto a torre, uma nova versão foi projetada com uma nova torre inspirada no IS-3, o T-54-2 entrando em produção em 1949. Em 1950, 423 unidades haviam sido produzidas na fábrica Stalin Ural Tank Factory sobre o número 183, ficando em produção até 1952 quando foi substituído pelo T-54A (1955 - 1957) logo depois T-54B (1957 - 1969). O T-55 foi produzido entre 1958-1962, houve ate uma versão lança-chamas do T-55 produzida até 1962, o TO-55 (Object 482). Durante este período foram feitas mais de 35.000 unidades do T-54 e suas variantes. Muitos historiadores consideram os dois veículos lados opostos da mesma moeda.

T-54 mod 1 - 1945



Torre do T-44 usada no T-54 mod 1 de 1945


T-55, Primeiros modelos não possuíam metralhadora antiaérea

Custo x Benefício

O T-54/55 são relativamente simples de se manusear e  sua mecânica simples, não requer nível elevado de conhecimento de seus tripulantes. É um veículo pequeno, em comparação aos seus rivais da época e leve dando-lhe mobilidade elevada e seu transporte ate o campo de batalha é simples. E batia de frente com seus rivais da época o M48 Patton e o Centurion ambos da OTAN, até então possuía canhão mais forte que seus rivais o D-10T de 100mm. Após essa constatação forçou a Atualização dos veículos do Ocidente, criando o M60 Patton e a mudança do canhão da OTAN para o Orange L7 de 105mm, contudo a URSS passou usar munição HEAT em seus canhão D-10T.

O T-54/55 tinha suas desvantagens, dentre elas a mais inconveniente era devido seu tamanho reduzido, diminuindo drasticamente seu espaço interno limitando o movimento de seus tripulantes. Por possuir um perfil baixo limitava a depressão de seu canhão que era de apenas -5º e sua caixa de munição não possuía blindagem aumentando o risco de incêndio após uma penetração de algum projétil. O T-54 não possuía proteção NBC, que seria o equivalente de hoje para proteção contra ataque nuclear biológico e químico que os veículos tem para seus tripulantes, esse erro foi corrigido no T-55.



Histórico de Serviço

O T-54/55 participou de diversos conflitos pelo Mundo durante o século XX, os mais importantes foram: Em 1956, durante a invasão da Hungria, foi nesse episódio que alguns foram capturados pelos britânicos; Em 1967, Guerra dos 6 dias; em 1973 na Guerra de Yom Kippur; Guerra do Vietnam e em diversos conflitos na África. E mais recentemente no Primeiro Conflito do Iraque.


T-54 mod 1951 - Norte-Vietnamita


Operadores

O T-54/55 foi largamente usado em mais de 50 países e posteriormente o T-55, países como a Síria, Egito, Mongólia, Sérvia, Irã, Croácia usaram largamente o T-55.


Vermelho: Países que operaram com o T-55.
Azul: Países que ainda operam com o T-55.



A China tinha o direito de produzir veículos Soviéticos e produziu alguns veículos derivados do T-55, como o Type 59 e o Type 62, este último uma versão light do T-55.


Type 59



Type 62


Galeria de Fotos T-54/55:


T-54 Mod 1 - 1945


T-54 Coreia do Norte


T-54M, último modelo produzido de 1951


T-55 Polonês


T-55, Primavera de Praga, 1958


T-55 mod 1958



T-55 Líbano - Agosto de 2014



T-55 ISIS - Síria 2014





Type 69 - Veículo Chines leve baseado no T-55.






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Glaucio é editor/administrador da FanPage Regimento de Blindados Osório e o mais novo colaborador do Zoeira de Guerra. fb.com/regimentoosorio

28 de março de 2016

Zoeira na História: A Mão e o Martelo de Thor.




Após apresentá-los ao famigerado T28 Super Heavy Tank, temos agora o Fat Family dos tanques pesados americanos, os Heavy Tanks da Série T: T29, T30 e o T34.


Introdução


Por volta de 1944, o Exército Americano, precisa de uma linha de nova de tanques pesados para enfrentarem os novos tanques pesados Nazista, nessa época o tanque médio em serviço era o T26E3, conhecido como M26 Pershing, era o que se tinha de mais pesado com cerca de 45 toneladas, não tinha blindagem e nem poder de fogo suficiente para enfrentar o Tiger II, que passava das 70 toneladas. No entanto quando o projeto do T29 tomou forma e tamanha a Guerra na Europa já havia terminado, mas seu projeto abriram novos caminhos para os engenheiros do pós-guerra em novas possibilidades. 

T29




Esse primeiro modelo de tanque pesado foi baseado no chassi do T26E3, aumentando seu comprimento e com uma blindagem mais espessa, possuía um motor da Ford de 650 hp proporcionando uma velocidade de 35 km/h. Tinha uma blindagem frontal de 279 mm e um canhão 105 mm, o projeto do T30 rolou paralelo ao do T29, mas vou falar mais adiante dele.
Na sua torre ele possuía lentes binoculares (coincidence rangefinder), uma de cada lado da torre, dando um aspecto de torre de navio, isso mesmo aquelas caixas de cada lado da torre tinham função!



T30



Não importa o que ouça, o T30 é um tanque pesado, e não um caça-tanque. Assim como o T29, o T30 foi desenvolvido para combater o Tiger I, Tiger II e o Jagdtiger, assim como os equivalentes soviéticos IS-1 e o IS-2.
O projeto do T30 correu paralelo ao do T29, só que com uma canhão de 155 mm L 40 / T7E1 de alma raiada, seu projeto foi iniciado em Abril de 1944 e entregue em 1947, uma observação: o T30 foi equipado com o maior canhão já colocado em um blindado americano a torre foi modificada para acomodar o mesmo. O T30 teve duas variações T30E1, com um sistema automático de carregamento e uma escotinha foi adicionada na torre para ejeção do cartucho, infelizmente esse sistema aumentava muito sua taxa de incêndio para a cada dois disparos e o T30E2 (sem informações dessa variante).




T34



Carece um pouco de informação sobre esse blindado, mas ele é uma variante direta do T29, na verdade o modelo produzido é um T29 adaptado para acomodar um canhão antiaéreo de 120 mm, isso mesmo o T34 tem um canhão antiaéreo (T53 120mm) com uma taxa de tiro de 5 disparos por minuto. Os estudos e projetos do T34 serviram de base para a construção do M103 Heavy na década de 1960.





Galeria de fotos:



T29 - Em teste.














T29 no Museu Patton













T30 - Teste em Maio de 1948














T30

















T34 em testes











T34




















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21 de março de 2016

Zoeira na História: O Verdadeiro Adversário do MAUS

T28 Super Heavy Tank

Ao contrário do que muitos dizem por ai, o T28 foi um Super Heavy Tank e não um caça-tanques, concebido na intenção de ser usado para romper a Siegfried Line, a linha de defesa alemã, e posteriormente foi cogitado para ser usado pelo EUA como força invasora no Japão. Possuía aproximadamente 100 toneladas.

No início de seu projeto ele tinha o nome de T28, 1944, mas como o veículo era único em sua época, não possuía torre giratória, foi ordenado a troca de seu nome para 105mm Gun Motor Carriage T95, em 1945, mas devido ao seu peso, blindagem e o tipo de canhão foi novamente rebatizado de Super Heavy Tank T28, junho de 1946, registo OCM 37058.

Designação 


Projetado para ser a ponta de lança do avanço das tropas Aliadas na Alemanha, seu armamento foi selecionado pela alta penetração em concreto armado dos Bunkers de Hitler, mas infelizmente entre a aprovação do projeto e a construção dos primeiros protótipos, a guerra já havia terminado. Inicialmente seu projeto de 5 anos foi reduzido para 2 anos.

Seu principal armamento era um canhão T5E1 de 105mm com elevação de 19,5º, depressão de -5º, 10º para direita e 11º para esquerda e uma .50 como armamento secundário.



Somente dois protótipos foram construídos e submetidos a teste em 1947, mas um dos protótipos foi fortemente danificado em um incêndio no seu motor, desmontado e enviado para sucata. O outro protótipo ficou perdido e foi descoberto em 1974, abandonado em um galpão em Fort Belvoir, Virgínia.

O Projeto



A super estrutura do T28 foi baseada em um T23, sua produção era de 5 veículos de uma vez, totalizando 25 veículos no prazo de 5 anos. Para amenizar a pressão do peso no solo, o projeto previa um upgrade de esteiras, que foi integrada no veículo, o kit era removível para transporte e poderia ser rebocado pelo próprio veículo. Contudo havia limitação, devido seu peso e a baixa potência de seu motor, o T28 não poderia transpor a maioria dos obstáculos e não poderia utilizar as pontes portáteis fabricadas na época, inviabilizando seu uso na Europa.



O T28 não possuía torre, então tinha um perfil baixo e uma enorme bola de aço que ficava na base do canhão como mantelete, seu canhão podia disparar um projétil a 1.130 m/s com o alcance de 19 km. A sua blindagem era muito espessa para os tanques da época, uns 305mm na parte da frente era forte o suficiente para aguentar o tiro do canhão de 88mm alemão. A parte de baixo na frente tinha 130mm e suas laterais 64mm, suas saias laterais tinham 100mm de espessura aumentando a proteção nas esteiras. O motor a gasolina gerava 500 HP, dando uma velocidade de 13 km/h. Em 1947, o Exército americano decidiu cancelar o projeto deste tipo de veículo para darem prioridade ao T29 e o T30, mas isso já é outra história para vocês...

Na minha opinião esse sim seria o verdadeiro adversário do MAUS.  

Galeria:
Algumas fotos do Super Heavy Tank durante seus teste






Atualmente em exposição no Fort Benning, Georgia.


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15 de março de 2016

Zoeira na História: A série E de Hitler



Entwicklung, ou como é conhecido E-Séries, foi uma série de projetos de veículos blindados padronizados da Alemanha Nazista.


Comparação dos tamanhos dos blindados da série E

 Haviam 6 categorias de veículos diferentes divididos em pesos. Os blindados da Série E eram mais baratos, simples de se produzir e mais eficientes que seus antecessores. No entanto, havia pouca mudança significativa dos veículos produzidos, na verdade os veículos da Série E, até o E-75, eram variações do Tiger II.

Os veículos a serem produzidos eram: E-5, E-10, E-25, E-50
Standardpanzer, E-75 Standardpanzer e E-100

 

E-5


Era o mais leve, com aproximadamente 5 - 10 toneladas, era a base do veículos da Série E. Com a função de reconhecimento, seu design era baseado no Jagdpanzer bem ao estilo de um caça-tanque. 


Nenhuma das fotos oficiais confirmaram sua produção, acredita-se que tenho sido apenas um projeto sem um modelo inicial.

        

E-10

Desenvolvido para substituir o Jagdpanzer 38 (t), os modelos deste novo chassi estariam na categoria de 10 - 25 toneladas. O E-10 possuía um novo sistema de suspensão e rodas em aço para fácil remoção e reparos. Seu sistema de suspensão foi mais tarde usado no Panzer 61 suíço (década de 1960). A intenção desse projeto era construir pequenos e leves caça-tanques. Seu projeto foi abandonado por uma melhoria do Jagdpanzer 38 (t) que recebeu o nome de PzKpfw 38 D.
    
         

 

 

E-25

 
Os E-25 estão na categoria de 25 - 50 toneladas e seriam os substitutos dos Panzer III e Panzer IV, produzidos em parceria com a Porsche Inc. Esta categoria incluía veículos de reconhecimento médio e pesado. Como armamento, levava um canhão de 75mm Pak 42 L / 70 e uma possível MG em uma pequena torre.

   

E-50 Standardpanzer













Concebido como um blindado médio padrão, substituiria os Panther e Tiger I. A principio seu chassi seria idêntico ao do Tiger II em dimensões, mas com uma grande diferença na montagem das placas, usando menos rebites, parafusos e reduzindo pontos de soldas. Seu projeto indica que seria usado o mantelete da torre do Panther Ausf. juntamente com um canhão de 88mm 43 L/71. Seu peso estaria na categoria de 50 - 75 toneladas.

        



E-75 Standardpanzer

Versões do E-75


O E-75 foi projetado para ser o veículo pesado padrão e substituiria o Tiger II e o Jadgtiger. Teria a mesma linha de produção do E-50 afim de facilitar sua linha de produção. Assim ambos os veículos teriam muitos aspectos e componentes compartilhados, como o motor. Estaria na categoria de 75 toneladas e teria uma velocidade de 40 km/h para compensar o aumento do peso em relação ao E-50. Fontes indicam que os dois veículos teriam o mesmo canhão o 88mm 43 L/71. Estes veículos seriam os primeiros a usar a primeira versão da iluminação infravermelha inventada por cientistas alemães e usadas no Panther Ausf. F.



E-100 

 
Baseado em seu antecessor o Tiger-Maus, o E-100 utilizou partes do projeto do mesmo, como a torre do Maus. O E-100 foi concebido para ser um SuperPesado que iria substituir o projeto de Porsche, o Maus. A construção do E-100 começou em 1944 mas foi ordenado seu cancelamento e seus operários realocados para a produção do Maus. A torre do E-100 é baseada na do Maus II, atualização do Maus, onde teria uma canhão 128 milímetros KwK 44 G / 55 e teria uma blindagem de 240 - 40 mm e alguns estudos indicam que o E-100 teria uma versão com o canhão de 15 centímetros KwK 44 L / 38. 


Somente o chassi do E-100 foi produzido, mas logo depois da guerra foi levado para o Reino Unido, analisado e logo depois  desmanchado para reaproveitamento do metal.

 

 

 

A Evolução

Após a Guerra, a França  reutilizou alguns projetos da série E, como o excelente motor 1000HP Maybach, para a criação do AMX-50. Já os suíços usaram a suspensão do E-50 e E-75 no Panzer 61. 
































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