22 de fevereiro de 2016

Zoeira na história : A TD de Otto Carius



A galera votou e aqui está! Vamos falar de um dos melhores DPMs do World of Tanks, de sua  camuflagem #OP e do chassi RIDICULAMENTE blindado vindo de um Tiger II. Senhores lhes trago o Jagdtiger!


Jagdtiger pertencente ao US Army Ordnance Museum (2007)

Também chamado de Panzerjager Tiger ausf. B, é mais conhecido mundialmente por ser o blindado comandado por ninguém menos que Otto Carius. O Jagdtiger fez sua história assim como a maioria das máquinas alemães de combate: 
A precisão, os engajamentos à longuíssima distância, o medo dos inimigos e claro, os problemas com motor e mecânica. Aliás, se não der problema, não é um blindado alemão.


3 Rs : Reutilizar, reciclar e... rearmar?


A tradição dos caça-tanques alemães vem com um número significativo de baixas para veículos perdidos em batalha, foi assim com Hetzers, Stugs III/IV, até mesmo com o Jagdpanther. E o que estes veículos tem em comum? Simples: a ausência de torre. Essa foi uma estratégia para corte de gastos e aceleração de produção mesmo com canhões de alto calibre. Então, no dia 18 de maio de 1942, vendo os testes com o canhão de Pak 44 L/55 de 128 mm da Krupp , Hitler viu que a porcentagem de acertos era incrível e designou que esse canhão seria voltado para a destruição de blindados e não para apoio de infantaria, como assim fora ajustada anteriormente.


Pak 44 L/55 de 128 mm da Krupp



Hans, isso não cabe ai!

Planta de produção do Jagdtiger em 1945
Em 1943, obviamente por determinação do Führer, houve uma tentativa de se montar o canhão de 128mm em Panthers ou Tigers I, ideia que logicamente não deu certo. Então foi tentado com o "maior" caça tanques da época: o Ferdinand/Elephant. Mais um fiasco pois mesmo assim não era espaçoso suficiente. Porém logo após essas tentativas frustradas e com o avanço do projeto do Tiger II, foi possível a criação de um protótipo em madeira, usando o chassi com uma superestrutura fixa com as laterais ajustadas ao chassi do blindado, mas com a blindagem da placa frontal com notáveis 250mm em aço naval! Com o design aceito e testes (mal)feitos, entra em produção em massa a partir de 1944 com a demanda inicial de 150 veículos.

Trivia: Adolf Hitler era notório por suas determinações que causavam problemas aos engenheiros nazistas, a exemplo dos titânicos Landkreuzer P. 1000 Ratte e Landkreuzer P. 1500. O Führer também tinha aspirações arquitetônicas e junto com Albert Speer, o "arquiteto do Reich", projetaram o que seria chamado de "Germânia, a capital do mundo".



Tentando fazer dar certo

Protótipo do Jagdtiger com canhão 88mm Pak 43
Mesmo com a intenção de 150 veículos de produção inicial, o objetivo nunca foi atingido pela escassez de material e mão de obra da época. Mesmo assim tanto a Henschel como a Porsche produziram o veículo com algumas diferenças distintas. Ferdinand Porsche reutilizou a suspensão do Ferdinand/Elephant no Jagdtiger mas o barato acabou saindo bem caro. O peso era demais para a suspensão por barras de torção, quebrando assim diferenciais e amortecedores do veículo. Com o outro lado não fora diferente já que Henschel projetou uma suspensão aguentava o veículo porém o diferencial era fraco e quebrava com facilidade em manobras bruscas. 


Jagdtiger com chassi da Porsche




De fato era um veículo muito "sentimental" uma vez que quebrava com frequência e o arco horizontal era limitado, sendo necessário o ajuste pela rotação do veículo em diversos terrenos. O mais interessante é que sim, alguns modelos vieram com a 88mm de alta velocidade, porém só ao fim da guerra e nenhuma variante viu combate ou tampouco sobreviveu ao tempo.






Trivia: Otto Carius foi rejeitado duas vezes pelo Exército Alemão. Foi convocado logo após o começo da Segunda Guerra e designado para infantaria. Em 1943 entrou para as divisões Panzer e logo após ser gravemente ferido em 1945, assumiu o comando do lendário Jagdtiger destruindo mais de 150 blindados inimigos. Otto faleceu em janeiro de 2015 no interior da Alemanha, aos 92 anos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Grande, lento, frágil e beberrão


Achar registros de batalha desse veículo não foi uma tarefa tão árdua como a maioria dos blindados que tratamos aqui. Grande parte dos registros foram encontrados juntamente com o diário de guerra dos comandantes das divisões dos Jagdtiger's pouco após suas respectivas rendições. O blindado viu ação no fim da guerra em setembro de 1944, data onde chegariam os primeiros veículos nas unidades blindadas alemãs, sendo apenas duas: Batalhão de Caça-tanques Pesados n°512 e n°653.

Em batalha, apenas 20% das unidades fabricadas e mandadas para combate foram abatidas por fogo aliado, todo o restante foi desativado pela própria tripulação por falhas mecânicas ou até mesmo falta de combustível!


Americanos inspecionando um Jagdtiger abandonado após quebra das esteiras


Otto Carius, comandante de uma destas divisões deixa bem claro no seu livro "Tigers in the mud", que o blindado não fora utilizado em seu potencial total, uma vez que a moral nazista e a inexperiência das tripulações acarretavam uma série de erros com o veículo. Além disso, os blindados sofriam com a supremacia aérea dos aliados ao fim da guerra.

Trivia: O batalhão n° 512 teve uma Jagdtiger abatida por um Panzerfaust (lança-foguete precursor do RPG-7)  disparado por seu próprio exército, pois estes nunca teriam visto um Jagdtiger na vida e pensaram ser um blindado aliado. 


Ok Hanz! Meu chucrute anda com uma 128mm e daí ?!


E daí é que o monstro REALMENTE COLOCAVA MEDO! O Jagdtiger era muito raro de ser visto em combate, porém, quando visto, as tripulações de tanques aliados saiam e abandonavam os seus blindados já que o 128mm poderia penetrar todas as blindagens de qualquer inimigo que se encontrasse em sua direção. Mesmo que em combate, a cada Jagdtiger destruído, uma coluna completa de blindados aliados (principalmente Shermans e Pershings) teria o mesmo destino. Até mesmo bunkers foram completamente destruídos por Jagdtigers. Os números são impressionantes: Antes de se renderem, de acordo com os diários dos comandantes, cada divisão possuía em média 12 blindados aliados abatidos, sem contar os veículos de transporte de infantaria e canhões anti-tanque.

Diante disso, é certo que o Jagdtiger realmente tinha potencial de se tornar uma arma decisiva para a Wehrmacht e que poderia ter mudado nos rumos da Guerra. Porém foi introduzido muito tarde e esse foi o principal fato que o impediu de ser significativo para a Alemanha. Mesmo os erros de projeto, os problemas de logística e as falhas mecânicas poderiam ter sido revisados se houvesse mais tempo, o que os alemães não tinham na época.









 


 












 Alguns padrões de camuflagem do Jagdtiger em 1945


Isso é uma parte da história desse caça-tanques que virou um ícone de uma força alemã fracassada e o desejo de muitos jogadores de World of Tanks. Fico por aqui e até a próxima!

#ThirdShotCharm