28 de outubro de 2015

Zoeira na Trilha: AMX 30


Já fazia algum tempo que tenho vontade de escrever sobre o AMX 30, mas estava me faltando motivação. Me explico: a preferência por história com blindados mais populares sempre foi prioridade, além da cobertura de alguns eventos do World of Tanks. E tão logo começou o evento "Na Trilha do AMX30B", rapidamente botei a mão na massa e saí atrás de informações desse médio francês.

Então, curtam essa viajem no desenvolvimento, construção e atuação do AMX 30 no #ZGnaTrilha dessa quinzena!


AMX 30B, médio tier 10 no World of Tanks


Projeto conjunto, benefício mútuo

O AMX-30 é um MBT (Main Battle Tank) projetado pelo grupo industrial GIAT (Groupement des Industries de l'Armée de Terre, na tradução, Grupo de Indústrias do Exército) na déc. 1950/1960.

Os primeiros cinco tanques foram entregues em 1966 para o 501st Régiment de Chars de Combat (501º Regimento Blindado) na versão de produção do AMX-30, que pesava 36 toneladas. 

AMX 50B ao lado de um ARL 44 no Museu de Saumur
O projeto do AMX-30 foi baseado em dois projetos anteriores de tanque médio francês do pós-guerra. O primeiro era o ARL 44 e o segundo, o sucessor AMX 50 que acabou cancelado em meados dos anos 1950 por conta da adoção dos M47 Patton doados pelo Governo Americano. Em 1956, o governo francês entrou em um programa de desenvolvimento de cooperação com a Alemanha e Itália, em um esforço para projetar um tanque padronizado para o mercado europeu. 

 

 

 

Se a vida te der "alemães", boa sorte!

Protótipo nº 2 do Leopard 1
Embora os três países concordaram em uma série de características específicas que o novo tanque deve ter, tanto a França quanto a Alemanha começaram a trabalhar em protótipos distintos com a intenção de testá-las e combinar o melhor dos dois. O programa falhou com a Alemanha desistindo de adotar o canhão francês de 105 mm e desenvolvendo um próprio, também de 105mm. Como resultado, ambas as nações decidiram adotar tanques com base em seus próprios protótipos. O tanque alemão ficou conhecido como o Leopard 1, enquanto que o protótipo francês tornou-se o AMX-30.



Um dos protótipos do AMX30
Os projetistas analisaram os teatros de guerra modernos e decidiram sacrificar a blindagem, limitando a sua blindagem com apenas 50 mm, para o aumento da mobilidade pois os franceses acreditavam que ele precisaria de muita blindagem para se proteger das ameaças modernas e esse acúmulo de aço sacrificaria capacidade de manobra, tornando o veículo mais vulnerável a ataques do que se não tivesse blindagem. Ao invés disso, se investiu em dimensões compactas, poder de fogo e mobilidade. Mesmo assim, projetaram um veículo capaz de isolar a tripulação de ataques químicos e biológicos, além de poder atuar em zonas contaminadas por radioatividade (em caso de uma guerra nuclear).


Munição "Obus G"

O AMX30 foi armado com um canhão de 105mm que disparava munições especiais conhecidas como “Obus G”. O Obus G possuía um escudo exterior separado da carga principal por rolamentos de esferas, permitindo a estabilização da munição sem danificar a carga interna. O AMX30 também é capaz de atravessar a água à até 2 m de profundidade e pode transportar até 47 projéteis de munições.


O motor era um HS-110 a diesel, com potência de 720 cavalos que em teoria daria ao AMX 30 uma mobilidade superior aos blindados da época, mas um péssimo projeto de transmissão acabou prejudicando acabou prejudicado pelo péssimo projeto de transmissão.

 

 

 

 

 

 

 

Arrumando o que estava errado

Já em 1969, o AMX-30 e variantes foram encomendados pela Grécia e Espanha, além de mais tarde, seriam exportados para a Arábia Saudita, Venezuela, Catar, Emirados Árabes Unidos, Chipre e Chile. Até o final de produção, tinham sido fabricadas 3.571 unidades de AMX-30 e suas variantes. Mais tarde a Espanha e Venezuela começaram programas de modernização para aumentar a vida útil de seus veículos e para trazer seus tanques até os padrões mais modernos. 

AMX30B no museu de Bovington
Em 1979, devido a problemas causados ​​pela transmissão, o exército francês começou a modernizar a sua frota para o padrão AMX-30B e posteriormente o AMX-30B2, que incluía uma nova transmissão, um motor melhorado e com a introdução de uma nova munição por energia cinética estabilizada. A produção do AMX-30 também se estendeu a uma série de variantes, incluindo o AMX-30D veículo blindado de recuperação, o sistema antiaéreo AMX-30R, um lançador de pontes e o lançador de míssil tático nuclear Pluton.







AMX 30B2 francês durante o Tempestade do Deserto

Na Guerra do Golfo de 1991, AMX-30 atuou nos exércitos franceses e do Catar - Catar AMX-30s viu a ação contra as forças iraquianas na batalha de Khafji. No entanto, a França e maioria dos outros países substituíram seus AMX-30 para blindados mais modernos no final do séc. 20.









Todo mundo quer um AMX!

Além da França, muitos exércitos optaram pelo AMX 30B para seus exércitos:
 
Última versão AMX-30B2 com blindagem reativa
FRANÇA
Designação Local: AMX-30B2
Quantidade Máxima: 1.500
Quantidade em serviço: 1.000
Situação operacional: Em serviço
  • A França ainda tem em serviço um número considerável de veículos AMX-30 na sua versão B2, que foi modernizada nos anos 80 e 90 com novos sistemas de controle de tiro e telemetro a laser.




O AMX-30 deveria ser completamente substituído pelo tanque Leclerc, no entanto, com o fim da Guerra fria os números de Leclerc previstos foram sendo reduzidos, e como resultado muitos dos AMX-30 foram deixados ao serviço na versão mais moderna, a B2. A versão francesa do AMX B2 é a mais completa, com equipamento NBC, estabilizador do canhão, sistema de visão térmica, telemetro a laser e câmeras de TV integradas ao sistema de combate.

Calcula-se que ainda devem existir cerca de 400 AMX-30 mais antigos e 600 AMX-30B2 em unidades de segunda linha, mas o nível de operacionalidade da força não é dos melhores.




AMX-30E em exposição no Museu El Goloso
ESPANHA
Designação Local: AMX-30E
Quantidade Máxima: 300
Situação operacional: Abatido

Os AMX-30 espanhóis foram retirados de serviço no final dos anos 90, com a incorporação do M-60 e Leopard 2. A Espanha tentou vender parte dos seus AMX-30 à Colômbia, mas o estado dos veículos foi considerado "lamentável", além de que o governo da Venezuela demonstrou pouco à vontade com a aquisição.  



O governo espanhol decidiu cancelar a venda e os AMX-30 foram classificados na situação de armazenados e não operacionais.


AMX-30V2 em parada militar
VENEZUELA
Designação Local: AMX-30V2
Quantidade Máxima: 86
Quantidade em serviço: 84
Situação operacional: Em serviço
Os AMX-30 venezuelanos foram comprados à França em 1970, um total de 82 AMX-30B e 4 AMX-30D de um total de 142 inicialmente negociados, a sua entrega aconteceu entre 1972 e 1974, desde 1989 tem sido atualizados à versão AMX-30V2. 

A atualização incluía: Trocar o motor Hispano-Suiza HS-110 diesel de 680-720Hp e a transmissão manual originais, pelo motor Teledyne Continental AVDS-1790-2C-12-V diesel de 750-980Hp e a transmissão automática Allison CD-850-6A, junto com novos depósitos de combustível, isto aumentou a sua velocidade máxima de 50 a 65Km/h e a sua autonomia dos 536 aos 721Km. 

Foram também instalados um sistema de estabilização da torre, um telemetro laser e o sistema de controlo de tiro Lansadot Mk.I da Elbit Systems, permitindo agora disparar em movimento.

OUTROS OPERADORES 

Bosnia and Herzegovina - 50 AMX-30B
Chipre - 52 AMX-30B e 6 AMX-30D ARV's

Nigéria - 16 AMX-30B
Qatar - 30 AMX-30B (em processo de substituição pelo Leopard 2) 
Emirados Arabes - 40 AMX-30B
Iraque - 5 AMX-30D (1981) e 82 AMX AuF1 (1983/85)

Grecia - 190 AMX-30B

 

Pegue um que mais lhe agrada

Como de costume com outros veículos franceses, o chassi do AMX30 foi utilizado para um número considerável de variantes. Listamos aqui só alguns mais significativos:  

GCT - 155mm

O GCT , foi concebido pela GIAT para substituir as peças de artilharia autopropulsadas de 155mm Mk.F-3, baseadas no chassis do AMX-13 e também de 105mm Mk 61.
Ele foi apresentado pela primeira vez em 1977 e é constituido por uma torre colocada no chassis do carro de combate AMX-30. Ao contrário do seu antecessor o GCT pode girar a sua torre e disparar em qualquer direção, com uma elevação da peça principal de -4 a +66º.

A alimentação da peça é automática, permitindo atingir até 8 disparos por minuto. A peça de 155mm e 39 calibres pode disparar munição standard até distâncias de 18 km. Munição especial assistida pode atingir alvos a distâncias de até 24 km. Foi produzida uma versão com uma torre especialmente adaptada para permitir a instalação em veículos blindados diferentes, tais como o T-72.


AUF - 2
 O AUF-2, é uma versão modificada do veículo GCT, concebida em França no final dos anos 90. Ele conta com as características do AUF-1 (uma modificação do GCT para permitir a instalação do sistema em plataformas diferentes do AMX-30) e com uma nova peça principal de 155mm e 52 calibres. A peça de artilharia é a mesma instalada no sistema de artilharia autopropulsada CAESAR. 

A torre do AUF-2 utiliza o chassis do AMX-30B2, embora como o modelo anterior, possa ser instalada noutras plataformas.

A torre pesa 19 toneladas. O AUF-2 pode atingir uma cadência de tiro teórica de 10 disparos por minuto. Os veículos do tipo GCT e AUF-1 podem ser convertidos para o padrão AUF-2.


AMX-30 Pluton
Sistema de Lançamento de Mísseis Nucleares Baseado no Chassis do AMX-30.













AMX-30 Roland
Sistema de Mísseis e Radares de Defesa Antiaérea de curto e médio alcance também baseado no Chassis do AMX-30.










 E ficamos por aqui com mais um #ZGnaTrilha. A gente volta no próximo evento na trilha e deixamos vocês com a pergunta: Qual será o próximo veículo? Só SerB sabe!

Qapla'

#alegetbrz

24 de outubro de 2015

Zoeira na História : Bat.-Châtillon 25 t


Amado por muitos, odiado por mais pessoas ainda, de nome complicado, apelidado de "BatChat" ou até mesmo "batmobile" para os mais antigos é considerado o melhor tanque assassino tier 10 dentro do World of Tanks. Aceleração, velocidade e um poder de fogo alarmante, são as características que fizeram desse tanque uma grande paixão entre jogadores. Armado com um canhão de 105mm de alta velocidade, tende a destruir qualquer um em seu caminho, porém... será que foste tudo isso na realidade? porque não fora usado como MBT francês na época ? Aqui, senhores, veremos a história do Bat.-Châtillon 25T.
BC25T, o mais querido e mortal médio do World of Tanks

Design não tão inovador, porém ÚNICO!


O Bat.Chat foi projetado durante a década de 50. O tanque fora fabricado pela famosa empresa ferroviária Batignolles-Châtillon com a exigência de ser o mais leve possível na época, atingindo "somente" 25 toneladas (dai o nome 25t) que era quase o peso de dois AMX 13. Poderia chegar a até 65 km/h.

Trívia: O tanque tinha um operador de rádio localizado dentro do chassi do tanque, então teríamos o comandante e atirador dentro da torre, e o motorista e operador de rádio dentro do chassi. No WOT temos somente 3 tripulantes, acabaram esquecendo o operador de rádio em casa!

O projeto de MBT francês da época foi um tanque médio pois no começo dos anos 50 se difundiu o uso de balas HEAT (high explosive anti-tank) que poderia perfurar qualquer tanque pesado até o momento, fato que fez com que seu design fosse focado em mobilidade, e não proteção. Afinal, não se pode explodir, o que não se consegue acertar, não é mesmo?

De chassi com uma silhueta baixa com apenas 80mm de blindagem frontal angulada de forma aguda, muitos falaram que estavam observando um tanque quase "futurístico", uma vez que a famosa torre oscilante ainda teria sido usada nesse design.

Torre oscilante?

Ao lado do fundador da companhia: Gaston Gouin

Sim, o mesmo sistema do AMX 13 postado pelo nosso Zoeiro #alegetbrz no artigo anterior! Mas com alguns detalhes diferentes: um sistema que dividia a torre em duas partes, inferior, responsável pelo movimento horizontal da torre, e a parte superior, responsável pelo movimento vertical onde ficava montada a arma de 90mm. O sistema tinha como vantagem principal o tamanho da torre que não exigia um espaço interno para subida e descida do canhão, sem falar no uso do clássico autoloader, uma vez que o canhão ficava imóvel em relação a parte superior da torre, fazendo com que um sistema de recarregamento automático alimentasse o canhão.

 
Poxa, mano #third! Meu croissant vem só com um 90 mm?
Poeira nas lentes? 

Calma Pierre, era um "croissant" muito bem armado, uma vez que a arma não era um 90mm comum, além de contar com um sistema de recarga automática, tinha uma velocidade de saída de boca de até 930m/s! Esses números dariam ao nosso francês penetração suficiente para perfurar qualquer blindagem da época mesmo que frontal. E mais um detalhe, essa velocidade com uso de balas APBC e não APCR ou APFSDS.

Trivia: Por incrível que pareça o tanque tinha uma mira de ferro para o canhão.



Detalhe na suspensão complexa hidráulica,
Nossa! Que bom! Mas porque não foi usado como MBT?

Pois é Pierre, os designers inovaram um pouco "demais" quanto ao 25t. Talvez o mesmo erro cometido com os designs de Ferdinand Porshe, o fato de querer inovar nem sempre pode trazer somente coisas boas, mas também pode acarretar problemas inovadores. Nosso querido BC25T possuía um único e novo sistema de amortecimento HIDRÁULICO (não pense que ele poderia rebaixar e levantar) que exigia uma manutenção periódica muito metódica que, adivinhe só, não tinha como faze-la em campo de batalha.

Outro problema foi que o tanque era difícil de ser selado contra qualquer tipo de gás tóxico mesmo que jogado no lado de fora e na era da guerra fria isso era de extrema importância pelo medo gerado por guerras biológicas e etc. 




Blueprint ou realidade ?

Protótipo utilizado em testes já defasado pelo tempo.

Por incrível que pareça, realidade, dois protótipos foram construídos e AMBOS podem ser
Tanque aguardando restauração no museu de Sammur.
vistos hoje! Um esperando pela restauração para assim posteriormente ficar em exposição e o primeiro usado em testes, muito enferrujado e jogado ao relento. Que pena! Acabou perdendo a corrida armamentista para o amx 30, tanque utilizado como MBT francês dos anos de 1950 em diante.

Bom senhores, é isso que lhes trago hoje, qualquer informação extra, estarei adicionando no post, espero que tenham gostado!

E estamos aguardando pacientemente a remodelagem do médio francês para HD, imagine só o canhão de 105mm com o freio de boca duplo de cada lado ?
Podemos sonhar não podemos ?
Por hoje é só pessoal.




#ThirdShotCharm

23 de outubro de 2015

Zoeira na História : Série AMX 13


Depois que a Wargaming introduziu no World of Tanks o pequeno AMX 13 57 GF, eu me perguntava "mas de onde vem tantas versões do mesmo tanque? Essa versão existiu ou só ficou no papel?"

Para responder essas e outras perguntas, vou dedicar esse espaço à minha classe preferida e seus representantes franceses. Não importa o canhão, o fato é que o chassi e a torre ocilante da série 13 formam um dos conjuntos de maior sucesso entre os leves de toda a história da fabricação de máquinas bélicas. Leia e curta essa viagem pelo universo do AMX 13!
AMX 13 57, veículo especial no World of Tanks

 
Nasce pequeno para agir com grandeza
Idealizado em 1946 pelo Atelier de Construction d'lssy-les-Moulineaux, a versão básica do AMX 13 foi projetado para atender a uma exigência de um veículo para transporte aéreo onde o objetivo principal era apoiar os para-quedistas do exército francês.  O primeiro protótipo ficou pronto em 1948 e já mostra o compacto chassi numa suspensão de barra de torção com cinco rodas de esteira e duas rodas reversas, o motor percorre toda a extensão do tanque do lado direito com o motorista ao lado esquerdo.
Versão básica do AMX 13 com canhão de 75mm

O chassi do AMX-13 é todo soldado e é dividido em três compartimentos: Os compartimentos do condutor e do motor estão localizados na parte da frente e a torre é montada na parte traseira. O canhão principal é fixado na sua posição pela parte superior da torre; para elevar ou abaixar a arma, a metade superior é articulada sobre a metade inferior. A escolha da torre oscilante de duas partes foi idealizado para suportar um sistema automático de carregamento por tambor (sistema "revólver").


Detalhe da torre oscilante FL 10
Armas do pequeno notável
O canhão original de 75 milímetros é supostamente inspirado no Alemão de 7,5 centímetros KwK 42 L/70 gun (usado, entre outros, no Panther), mas dispara munições muito diferentes. Foi adaptado com um sistema de carregamento automático em dois períodos de seis tiros. O canhão tinha uma taxa de tiro aproximadamente de 5 segundos por tiro, sendo limitado a 12 tiros por rodada. Os 12 tiros disponíveis nos carregadores permitia a tripulação atingir alvos rapidamente, no entanto, uma vez que esses tiros foram gastos, o veículo tinha que recuar e a tripulação recarregá-los do lado de fora do veículo. Além do canhão, uma metralhadora de 7,62mm foi montado internamente à direita do canhão principal e outra do mesmo calibre externamente perto da posição do comandante. Na torre também foi instalado 4 tubos lançadores de fumaça operados eletricamente.

Em meados de 1960, o canhão de 75mm foi substituindo por um de 90mm, sendo a versão mais produzida e comercializada, além da modernização das versões antigas, com 75mm. Além dessa versão, uma versão AMX 13 105, com canhão de 105mm, foi projetado exclusivamente para exportação.


Principal mudança para exportação é o canhão de 105mm
Na foto: detalhe da torre com canhão de 105mm
Nascido na França, criado para o mundo.
Dependendo das necessidades individuais de cada nação, o AMX 13 poderia levar um motor à diesel ou gasolina, além de uma transmissão de cinco velocidades. O alcance de atuação variava conforme o motor sendo, 350 a 400 km para a versão a gasolina ou 550 a 600 da versão à diesel.

Entre 1953 à 1985, a plataforma AMX 13 serviu não só o exército francês, mas também foi exportado para mais de 25 nações. A produção total da série AMX-13 é de cerca de 7.700 unidades, dos quais cerca de 3.400 foram exportados. Incluindo protótipos e versões de exportação, existem mais de uma centena de variantes, inclusive peças de artilharia, sistemas anti-aéreos e veículos de transporte de pessoal. Embora a produção tenha cessado em 1985, o AMX-13 manteve-se uma opção viável para muitas nações menores que procuram um projeto de tanque confiável e que também pode ser adaptado para diversas aplicações.

 
Família numerosa e faminta
Muitas versões e protótipos com base no AMX 13 básico foram criados. Entre os principais, os mais interessantes são as versões antiaérea e a plataforma para mísseis HOT. Também foram adaptados muitas versões para exportação, conforme a necessidade específica de cada nação. Listamos abaixo os principais protótipos, além das versões usadas pelos mais variados exércitos:
Char AMX 13 (2A)
Protótipos
  • Char AMX 13 (2A) – Protótipo de torre ocilante e 4 rodas (pneu) 
  • Char AMX 13 (2B) – Protótipo de torre ocilante e 5 rodas (pneu)
  • Char AMX 13 (2C) – Protótipo com torre FL-10 e 2 rolos de suporte
  • Char AMX 13 (2D) – Protótipo com torre FL-10 e 4 rolos de suporte
  • Char AMX 13 (2E) – Protótipo com canhão de 90mm e 3 rolos de suporte
  • Char AMX 13 (2F) – Protótipo com canhão de 90mm e manta térmica no canhão
  • AMX 13 avec tourelle – Protótipo com torre alemã HS-30
  • AMX 13 F3 155 Prot – Protótipo sem torre e com canhão obus de 155mm
  • AMX 13/75 (AMX-13e) - Protótipo com canhão curto de 75mm numa torre FL-11
  • Char AMX 13 avec Canon 57 L/100 – Protótipo especial com canhão de 57mm
  • AMX 13 Twin 20 – Protótipo com 2 canhões de 20mm
  • Char 48FCM ou Char 12T FCM Protótipo com 4 canhões de 20mm
  • Char 13T DCA – Protótipo com canhão 40mm Bofors
  • AMX 13 GTI – Protótipo com suspensão Krauss-Maffei
  • AMX 13 THS – Protótipo com transmissão Hydrostatic
  • AMX 13 HOT – Protótipo com canhão de 75mm e 4 mísseis HOT ATGM


Variantes de exportação

Holanda
  • AMX-13/FL-12 – Versão modernizada pelo próprio exército holandês, têm sistema infravermelho e metralhadoras FN MAG.
  • AMX-13/FL-15 – Versão com torre FL-15
Singapura
  • AMX-13SM1 – Versão modernizada a partir do AMX13 básico (mas com torre FL-11) com novo motor a diesel, transmissão e suspensão controladas por computador, comunicação via satélite, sistema de seleção de alvo à laser, visão noturna. O canhão de 75 foi mantido.
Suíça
  • Leichter Panzer 51 – Versão do Exército Suíço para o AMX13 básico
Peru
  • AMX-13PA5 Escorpion – Versão do AMX 13 105. Além do canhão de 105mm a versão peruana possui sistema de comunicação via satélite e 4 mísseis 9M14-2T.
  • AMX-13PA8 Escorpion-2 – Versão do AMX 13 105 equipado com sistema de tiro DANTE (controle balístico por coputador, sistema de mira laser, visão noturna e sistema CCTV). 4 mísseis ucranianos anti-tanque guiados a laser e metralhadoras de 12,7mm
Venezuela
  • AMX-13V CLI – Versão do AMX 13 90
  • AMX-13 [LAR-160] – Versão MLRS armado com foguetes LAR-160mm.
  • AMX-13M51 Ráfaga – Versão antiaérea com 2 canhões de 40mm
Argentina
  • AMX Mk F3 – Versão 155mm auto-propulsada

Outros compradores (em unidades)
  • Camboja - 12
  • Costa do Marfim - 5
  • Chipre - 12
  • Djibouti - 60
  • Equador - 102
  • Indonésia - 500
  • México - 409 AMX-VCI
  • Chile - 12 AMX Mk F3 155mm versão auto-propulsada
  • República Dominicana - 15
  • Guatemala - 12
  • Líbano - 35
  • Holanda – 131

Com toda essa informação não se pode negar. Um dos projetos de tanques pós segunda guerra de maior sucesso é a plataforma AMX 13.

Mas além do sucesso na vida real, motivos para adorar a linha AMX 13 dentro do WoT não faltam. Se você encontrar um AMX 13 (seja 75, 90 ou 57mm) no campo de batalha, pode ser que eu esteja na “boléia”... e fica o aviso. Cuidado!

Qapla'

#alegetbrz

19 de outubro de 2015

Zoeira na História: Russia contra os Grandes Felinos alemães.

Nada como estragar o dia do time inimigo com aquele tirinho de 152mm do SU-152 ou do ISU-152. Toda vez que uso um dos dois vem a minha cabeça como foi a concepção desses "monstros" e de que quanto dano ele realmente foi capaz de fazer.

Já de cara vi que a concepção dessas duas máquinas estavam diretamente ligadas a introdução dos Grandes Felinos alemães (Tiger/Panther) na frente Russa. O que mais impressionou foi a boa e velha tradição dos russos quanto a praticidade. Pra que perder tempo criando algo que já existe e é comprovadamente eficaz?

Se é bom para concreto, deve ser ótimo para aço!

Em 1937 o Exército Vermelho começou os testes de um canhão concebido para lidar com bunkers de concreto e posições inimigas com sua alta carga explosiva maciça. O ML20-Obus era a resposta a essa demanda e foi equipado nas peças de artilharia rebocada. Entre 1937 à 1946 foram produzidos mais de 6,884 desses equipamentos.

ML20-Obus



E tão logo a Alemanha colocou na Frente Oriental o Tiger e Panther, O comando do Exército Vermelho decidiu que precisaria de uma abordagem semelhante ao que a Inglaterra fez com o encouraçado Bismark. Eliminação imediata! Para isso precisariam desenvolver uma arma desse conta da blindagem de 100mm. Pra quê desenvolver? Coloque o  ótimo canhão ML20-Obus, já testado a exaustão contra bunkers, sobre um chassi KV e tudo estará resolvido! Nascia o SU-152.


SU-152 abandonado, sendo inspecionado pelo Exército Alemão


Tanto bate até que fura

O caça-tanques SU-152 foi produzido entre fevereiro a dezembro de 1943 e totalizou 671 veículos usados no campo de batalha. Já nos primeiros testes o ML20-Obus demonstrou que além do seu objetivo principal, destruir bunkers, a arma de 152mm era devastadora contra as blindagens alemãs. Em um dos testes realizados com tanques capturados, a placa frontal superior de um Panther não era páreo para o enorme dano da munição AP de 152 milímetros. Mesmo o Ferdinand não pode suportar o poder de fogo do ML-20. Em alguns testes, a 152 milímetros AP consegue arrancar metade da placa frontal e a trajetória do tiro continua até atravessar todo o tanque.

Arquivos Russos: Foto nº 37: Frente do Panther: “Ricochete” de disparo direto com AP de 152 na blindagem com dano de 360x470mm a uma distância de 1.200m

Foto nº 38: Torre do Panther: Disparo direto a 1.200m com munição HE. Dano de 350x370mm. A explosão da munição HE abriu dois buracos na torre, de entrada e de saída
Foto nº 41 e 42 mostra a Ferdinand antes e depois do disparo com o ML-20.

 




Foto nº 9: Placa frontal inferior do TigerII: Disparo a 100m com munição AP
Resultado: Penetração e rompimento de solda.

Foto nº 14: Mesma placa frontal inferior do TigerII mas mostrando o outro lado da placa.

O King perde a coroa
Nem o sucessor do Tiger, o Tiger II (King Tiger) teve chance contra o ML20-Obus. Com o decorrer da guerra a Alemanha não foi tão cuidadosa na produção das peças do Tiger II, criando uma blindagem de má qualidade. O resultado dos testes com o Tiger II mostra essa deficiência de forma clara ao evidenciar a separação de peças. Tiros ao lado da torre do Tiger II eram tão eficazes quanto em outras partes, sendo que a munição 152mm AP conseguia penetrar na entrada e na saída.











 




















Mais assustador do que nunca

Testes com ML20-Obus carregados com munição HE mostraram que essa munição era muito mais eficaz. De quebra poderiam usar o mesmo veículo para dois propósitos: Destruir bunkers e danificar tanques. E como danificou. Tanto que as munições 152mm HE acabaram assumindo o papel de munição padrão e, no decorrer da guerra, raramente foram usadas munições AP em canhões ML20-Obus. O impacto do uso de munições HE de 152mm causou uma campanha muito eficaz contra a moral alemã, que apelidaram todos os canhões de 152mm de "Dosenöffner" (abridor de lata) e difundido pelos russos como "Zveroboy" (matador de bestas).

King Tiger não foi páreo para o 152mmAP


Melhorando o que já é bom

Devido ao término da produção dos KV-1, a falta do chassi KV trouxe o desenvolvimento de uma nova máquina. Sob o chassi IS, o mesmo canhão ML20-Obus renasce como o ISU-152 e logo se torna uma lenda. o ISU-152 teve 4.635 veículos construídos entre novembro de 1943 a junho de 1945. Posteriormente o canhão ML20-Obus é substituído por outros modelos até a chegada do lendário 152 mm BL-10, alcançando seu ápice com um alcance total de tiro de mais de 19km, munições com 48,5kg e velocidade de saída de 880 m/s. Posteriormente, com o fim da guerra, o canhão ML20-Obus volta a cena sob um chassi de IS3 e a designação de protótipo Object 704, aprovado pelo Exército Vermelho mas sem uso em batalha até os dias de hoje. 



ISU-152



Qapla'

#alegetbrz