19 de outubro de 2015

Zoeira na História: Russia contra os Grandes Felinos alemães.

Nada como estragar o dia do time inimigo com aquele tirinho de 152mm do SU-152 ou do ISU-152. Toda vez que uso um dos dois vem a minha cabeça como foi a concepção desses "monstros" e de que quanto dano ele realmente foi capaz de fazer.

Já de cara vi que a concepção dessas duas máquinas estavam diretamente ligadas a introdução dos Grandes Felinos alemães (Tiger/Panther) na frente Russa. O que mais impressionou foi a boa e velha tradição dos russos quanto a praticidade. Pra que perder tempo criando algo que já existe e é comprovadamente eficaz?

Se é bom para concreto, deve ser ótimo para aço!

Em 1937 o Exército Vermelho começou os testes de um canhão concebido para lidar com bunkers de concreto e posições inimigas com sua alta carga explosiva maciça. O ML20-Obus era a resposta a essa demanda e foi equipado nas peças de artilharia rebocada. Entre 1937 à 1946 foram produzidos mais de 6,884 desses equipamentos.

ML20-Obus



E tão logo a Alemanha colocou na Frente Oriental o Tiger e Panther, O comando do Exército Vermelho decidiu que precisaria de uma abordagem semelhante ao que a Inglaterra fez com o encouraçado Bismark. Eliminação imediata! Para isso precisariam desenvolver uma arma desse conta da blindagem de 100mm. Pra quê desenvolver? Coloque o  ótimo canhão ML20-Obus, já testado a exaustão contra bunkers, sobre um chassi KV e tudo estará resolvido! Nascia o SU-152.


SU-152 abandonado, sendo inspecionado pelo Exército Alemão


Tanto bate até que fura

O caça-tanques SU-152 foi produzido entre fevereiro a dezembro de 1943 e totalizou 671 veículos usados no campo de batalha. Já nos primeiros testes o ML20-Obus demonstrou que além do seu objetivo principal, destruir bunkers, a arma de 152mm era devastadora contra as blindagens alemãs. Em um dos testes realizados com tanques capturados, a placa frontal superior de um Panther não era páreo para o enorme dano da munição AP de 152 milímetros. Mesmo o Ferdinand não pode suportar o poder de fogo do ML-20. Em alguns testes, a 152 milímetros AP consegue arrancar metade da placa frontal e a trajetória do tiro continua até atravessar todo o tanque.

Arquivos Russos: Foto nº 37: Frente do Panther: “Ricochete” de disparo direto com AP de 152 na blindagem com dano de 360x470mm a uma distância de 1.200m

Foto nº 38: Torre do Panther: Disparo direto a 1.200m com munição HE. Dano de 350x370mm. A explosão da munição HE abriu dois buracos na torre, de entrada e de saída
Foto nº 41 e 42 mostra a Ferdinand antes e depois do disparo com o ML-20.

 




Foto nº 9: Placa frontal inferior do TigerII: Disparo a 100m com munição AP
Resultado: Penetração e rompimento de solda.

Foto nº 14: Mesma placa frontal inferior do TigerII mas mostrando o outro lado da placa.

O King perde a coroa
Nem o sucessor do Tiger, o Tiger II (King Tiger) teve chance contra o ML20-Obus. Com o decorrer da guerra a Alemanha não foi tão cuidadosa na produção das peças do Tiger II, criando uma blindagem de má qualidade. O resultado dos testes com o Tiger II mostra essa deficiência de forma clara ao evidenciar a separação de peças. Tiros ao lado da torre do Tiger II eram tão eficazes quanto em outras partes, sendo que a munição 152mm AP conseguia penetrar na entrada e na saída.











 




















Mais assustador do que nunca

Testes com ML20-Obus carregados com munição HE mostraram que essa munição era muito mais eficaz. De quebra poderiam usar o mesmo veículo para dois propósitos: Destruir bunkers e danificar tanques. E como danificou. Tanto que as munições 152mm HE acabaram assumindo o papel de munição padrão e, no decorrer da guerra, raramente foram usadas munições AP em canhões ML20-Obus. O impacto do uso de munições HE de 152mm causou uma campanha muito eficaz contra a moral alemã, que apelidaram todos os canhões de 152mm de "Dosenöffner" (abridor de lata) e difundido pelos russos como "Zveroboy" (matador de bestas).

King Tiger não foi páreo para o 152mmAP


Melhorando o que já é bom

Devido ao término da produção dos KV-1, a falta do chassi KV trouxe o desenvolvimento de uma nova máquina. Sob o chassi IS, o mesmo canhão ML20-Obus renasce como o ISU-152 e logo se torna uma lenda. o ISU-152 teve 4.635 veículos construídos entre novembro de 1943 a junho de 1945. Posteriormente o canhão ML20-Obus é substituído por outros modelos até a chegada do lendário 152 mm BL-10, alcançando seu ápice com um alcance total de tiro de mais de 19km, munições com 48,5kg e velocidade de saída de 880 m/s. Posteriormente, com o fim da guerra, o canhão ML20-Obus volta a cena sob um chassi de IS3 e a designação de protótipo Object 704, aprovado pelo Exército Vermelho mas sem uso em batalha até os dias de hoje. 



ISU-152



Qapla'

#alegetbrz

Um comentário:

  1. Hehehe bem na hora, tinha curiosidade sobre o tanque su 152 e mais o canhão, tinha comprado no jogo world of tanks, no primeiro dia me assustei com o poder de fogo

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