28 de outubro de 2015

Zoeira na Trilha: AMX 30


Já fazia algum tempo que tenho vontade de escrever sobre o AMX 30, mas estava me faltando motivação. Me explico: a preferência por história com blindados mais populares sempre foi prioridade, além da cobertura de alguns eventos do World of Tanks. E tão logo começou o evento "Na Trilha do AMX30B", rapidamente botei a mão na massa e saí atrás de informações desse médio francês.

Então, curtam essa viajem no desenvolvimento, construção e atuação do AMX 30 no #ZGnaTrilha dessa quinzena!


AMX 30B, médio tier 10 no World of Tanks


Projeto conjunto, benefício mútuo

O AMX-30 é um MBT (Main Battle Tank) projetado pelo grupo industrial GIAT (Groupement des Industries de l'Armée de Terre, na tradução, Grupo de Indústrias do Exército) na déc. 1950/1960.

Os primeiros cinco tanques foram entregues em 1966 para o 501st Régiment de Chars de Combat (501º Regimento Blindado) na versão de produção do AMX-30, que pesava 36 toneladas. 

AMX 50B ao lado de um ARL 44 no Museu de Saumur
O projeto do AMX-30 foi baseado em dois projetos anteriores de tanque médio francês do pós-guerra. O primeiro era o ARL 44 e o segundo, o sucessor AMX 50 que acabou cancelado em meados dos anos 1950 por conta da adoção dos M47 Patton doados pelo Governo Americano. Em 1956, o governo francês entrou em um programa de desenvolvimento de cooperação com a Alemanha e Itália, em um esforço para projetar um tanque padronizado para o mercado europeu. 

 

 

 

Se a vida te der "alemães", boa sorte!

Protótipo nº 2 do Leopard 1
Embora os três países concordaram em uma série de características específicas que o novo tanque deve ter, tanto a França quanto a Alemanha começaram a trabalhar em protótipos distintos com a intenção de testá-las e combinar o melhor dos dois. O programa falhou com a Alemanha desistindo de adotar o canhão francês de 105 mm e desenvolvendo um próprio, também de 105mm. Como resultado, ambas as nações decidiram adotar tanques com base em seus próprios protótipos. O tanque alemão ficou conhecido como o Leopard 1, enquanto que o protótipo francês tornou-se o AMX-30.



Um dos protótipos do AMX30
Os projetistas analisaram os teatros de guerra modernos e decidiram sacrificar a blindagem, limitando a sua blindagem com apenas 50 mm, para o aumento da mobilidade pois os franceses acreditavam que ele precisaria de muita blindagem para se proteger das ameaças modernas e esse acúmulo de aço sacrificaria capacidade de manobra, tornando o veículo mais vulnerável a ataques do que se não tivesse blindagem. Ao invés disso, se investiu em dimensões compactas, poder de fogo e mobilidade. Mesmo assim, projetaram um veículo capaz de isolar a tripulação de ataques químicos e biológicos, além de poder atuar em zonas contaminadas por radioatividade (em caso de uma guerra nuclear).


Munição "Obus G"

O AMX30 foi armado com um canhão de 105mm que disparava munições especiais conhecidas como “Obus G”. O Obus G possuía um escudo exterior separado da carga principal por rolamentos de esferas, permitindo a estabilização da munição sem danificar a carga interna. O AMX30 também é capaz de atravessar a água à até 2 m de profundidade e pode transportar até 47 projéteis de munições.


O motor era um HS-110 a diesel, com potência de 720 cavalos que em teoria daria ao AMX 30 uma mobilidade superior aos blindados da época, mas um péssimo projeto de transmissão acabou prejudicando acabou prejudicado pelo péssimo projeto de transmissão.

 

 

 

 

 

 

 

Arrumando o que estava errado

Já em 1969, o AMX-30 e variantes foram encomendados pela Grécia e Espanha, além de mais tarde, seriam exportados para a Arábia Saudita, Venezuela, Catar, Emirados Árabes Unidos, Chipre e Chile. Até o final de produção, tinham sido fabricadas 3.571 unidades de AMX-30 e suas variantes. Mais tarde a Espanha e Venezuela começaram programas de modernização para aumentar a vida útil de seus veículos e para trazer seus tanques até os padrões mais modernos. 

AMX30B no museu de Bovington
Em 1979, devido a problemas causados ​​pela transmissão, o exército francês começou a modernizar a sua frota para o padrão AMX-30B e posteriormente o AMX-30B2, que incluía uma nova transmissão, um motor melhorado e com a introdução de uma nova munição por energia cinética estabilizada. A produção do AMX-30 também se estendeu a uma série de variantes, incluindo o AMX-30D veículo blindado de recuperação, o sistema antiaéreo AMX-30R, um lançador de pontes e o lançador de míssil tático nuclear Pluton.







AMX 30B2 francês durante o Tempestade do Deserto

Na Guerra do Golfo de 1991, AMX-30 atuou nos exércitos franceses e do Catar - Catar AMX-30s viu a ação contra as forças iraquianas na batalha de Khafji. No entanto, a França e maioria dos outros países substituíram seus AMX-30 para blindados mais modernos no final do séc. 20.









Todo mundo quer um AMX!

Além da França, muitos exércitos optaram pelo AMX 30B para seus exércitos:
 
Última versão AMX-30B2 com blindagem reativa
FRANÇA
Designação Local: AMX-30B2
Quantidade Máxima: 1.500
Quantidade em serviço: 1.000
Situação operacional: Em serviço
  • A França ainda tem em serviço um número considerável de veículos AMX-30 na sua versão B2, que foi modernizada nos anos 80 e 90 com novos sistemas de controle de tiro e telemetro a laser.




O AMX-30 deveria ser completamente substituído pelo tanque Leclerc, no entanto, com o fim da Guerra fria os números de Leclerc previstos foram sendo reduzidos, e como resultado muitos dos AMX-30 foram deixados ao serviço na versão mais moderna, a B2. A versão francesa do AMX B2 é a mais completa, com equipamento NBC, estabilizador do canhão, sistema de visão térmica, telemetro a laser e câmeras de TV integradas ao sistema de combate.

Calcula-se que ainda devem existir cerca de 400 AMX-30 mais antigos e 600 AMX-30B2 em unidades de segunda linha, mas o nível de operacionalidade da força não é dos melhores.




AMX-30E em exposição no Museu El Goloso
ESPANHA
Designação Local: AMX-30E
Quantidade Máxima: 300
Situação operacional: Abatido

Os AMX-30 espanhóis foram retirados de serviço no final dos anos 90, com a incorporação do M-60 e Leopard 2. A Espanha tentou vender parte dos seus AMX-30 à Colômbia, mas o estado dos veículos foi considerado "lamentável", além de que o governo da Venezuela demonstrou pouco à vontade com a aquisição.  



O governo espanhol decidiu cancelar a venda e os AMX-30 foram classificados na situação de armazenados e não operacionais.


AMX-30V2 em parada militar
VENEZUELA
Designação Local: AMX-30V2
Quantidade Máxima: 86
Quantidade em serviço: 84
Situação operacional: Em serviço
Os AMX-30 venezuelanos foram comprados à França em 1970, um total de 82 AMX-30B e 4 AMX-30D de um total de 142 inicialmente negociados, a sua entrega aconteceu entre 1972 e 1974, desde 1989 tem sido atualizados à versão AMX-30V2. 

A atualização incluía: Trocar o motor Hispano-Suiza HS-110 diesel de 680-720Hp e a transmissão manual originais, pelo motor Teledyne Continental AVDS-1790-2C-12-V diesel de 750-980Hp e a transmissão automática Allison CD-850-6A, junto com novos depósitos de combustível, isto aumentou a sua velocidade máxima de 50 a 65Km/h e a sua autonomia dos 536 aos 721Km. 

Foram também instalados um sistema de estabilização da torre, um telemetro laser e o sistema de controlo de tiro Lansadot Mk.I da Elbit Systems, permitindo agora disparar em movimento.

OUTROS OPERADORES 

Bosnia and Herzegovina - 50 AMX-30B
Chipre - 52 AMX-30B e 6 AMX-30D ARV's

Nigéria - 16 AMX-30B
Qatar - 30 AMX-30B (em processo de substituição pelo Leopard 2) 
Emirados Arabes - 40 AMX-30B
Iraque - 5 AMX-30D (1981) e 82 AMX AuF1 (1983/85)

Grecia - 190 AMX-30B

 

Pegue um que mais lhe agrada

Como de costume com outros veículos franceses, o chassi do AMX30 foi utilizado para um número considerável de variantes. Listamos aqui só alguns mais significativos:  

GCT - 155mm

O GCT , foi concebido pela GIAT para substituir as peças de artilharia autopropulsadas de 155mm Mk.F-3, baseadas no chassis do AMX-13 e também de 105mm Mk 61.
Ele foi apresentado pela primeira vez em 1977 e é constituido por uma torre colocada no chassis do carro de combate AMX-30. Ao contrário do seu antecessor o GCT pode girar a sua torre e disparar em qualquer direção, com uma elevação da peça principal de -4 a +66º.

A alimentação da peça é automática, permitindo atingir até 8 disparos por minuto. A peça de 155mm e 39 calibres pode disparar munição standard até distâncias de 18 km. Munição especial assistida pode atingir alvos a distâncias de até 24 km. Foi produzida uma versão com uma torre especialmente adaptada para permitir a instalação em veículos blindados diferentes, tais como o T-72.


AUF - 2
 O AUF-2, é uma versão modificada do veículo GCT, concebida em França no final dos anos 90. Ele conta com as características do AUF-1 (uma modificação do GCT para permitir a instalação do sistema em plataformas diferentes do AMX-30) e com uma nova peça principal de 155mm e 52 calibres. A peça de artilharia é a mesma instalada no sistema de artilharia autopropulsada CAESAR. 

A torre do AUF-2 utiliza o chassis do AMX-30B2, embora como o modelo anterior, possa ser instalada noutras plataformas.

A torre pesa 19 toneladas. O AUF-2 pode atingir uma cadência de tiro teórica de 10 disparos por minuto. Os veículos do tipo GCT e AUF-1 podem ser convertidos para o padrão AUF-2.


AMX-30 Pluton
Sistema de Lançamento de Mísseis Nucleares Baseado no Chassis do AMX-30.













AMX-30 Roland
Sistema de Mísseis e Radares de Defesa Antiaérea de curto e médio alcance também baseado no Chassis do AMX-30.










 E ficamos por aqui com mais um #ZGnaTrilha. A gente volta no próximo evento na trilha e deixamos vocês com a pergunta: Qual será o próximo veículo? Só SerB sabe!

Qapla'

#alegetbrz

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