29 de setembro de 2015

Zoeira na História: Ferdinand / Elefant

200mm frontais. Precisa dizer algo mais?
Bom no WoT e melhor ainda na vida real. Hoje senhores, lhes trago o Ferdinand, SPG fabricado e projetado por nada mais nada menos de Ferdinand Porsche. O veículo sofreu várias modificações ao longo da guerra e mesmo estando em escasso número, cumpriu bem seu papel. De nome técnico Panzerjager Tiger(P), teve um dos melhores KD ratio na história da Panzerwaffe e aqui hoje, veremos o porque.




 

Use o que sobrou e não saia no negócio!

Sabemos da história dos nossos mais queridos TIGERS e que em 20 de abril de 1942 teria sido a data em que foi mostrado ao Führer dois designs distintos para montar o canhão 88mm KwK 43 L/71. O design de Henschel foi o escolhido pois a transmissão e motores (2 motores V10) do modelo de Porsche davam muitos problemas, sobreaquecendo e pegando fogo durante seus testes. Sendo assim foram fabricados apenas 2 exemplares, um sendo o lendário 003 que sumiu sem deixar algum vestígio.
Lendário 003 - Comandado por Hauptmann Grillenberg - Chassi n° 150013

Ao mesmo tempo, foi também exigido um SPG com aproximadamente 200mm de blindagem frontal disposto a montar a mesma arma e com peso limitado a 65 toneladas. Os chassis inutilizados dos Tigers(P) serviu de base para o novo TD alemão.


Design e rumores:

Pelo fato da arma ser muito longa, Porsche resolveu usar uma super-estrutura montada na parte traseira e remontar o motor no meio do tanque, separando assim a tripulação. Rumores também indicavam que pelo motor ter sido transferido para o meio do mesmo, o chassi teria sido "revertido" para tal operação, porém, não passa de um rumor, o chassi e o tanque olham para o mesmo lado. Fato que pode ser observado pela redução final localizada na parte de trás do veículo.
A casamata era uma pirâmide truncada de quatro lados feita com aço naval cimentado com espessura de 200mm frontais! O chassi tinha espessura inicial de 100mm, então foram adicionadas placas para aumentar a blindagem mais 100mm, dando ao SPG os exigidos 200mm de blindagem frontal. Em Fevereiro de 1943, Hitler Pessoalmente batiza o monstro de Ferdinand, em homenagem ao seu criador, Ferdinand Porsche. E em 16 de fevereiro começa a produção em massa.

Hans...Não posso ver meus colegas!

Se você fosse o motorista ou operador de rádio, e por ventura gostasse muito de seu comandante, era provável que só visse ele vivo(ou morto '-') no fim da batalha, uma vez que os compartimentos da tripulação eram divididos por chapas de aço, então a comunicação interna era toda feita por rádio e não havia nenhum tipo de comunicação visual para o motorista e operador de rádio. A casamata era formada pelo comandante, atirador e dois municiadores.

Ok Hans, mas e em combate?

O Ferdinand era um inimigo muito perigoso em batalha, uma vez que podia penetrar qualquer coisa que os soviéticos possuíam em até 1000m, enquanto o inimigo tinha que chegar muito mais perto para causar danos. A mantlet da arma era em formato de uma "pera" e logo foi observado que era uma solução ruim, uma vez que os estilhaços entravam no tanque. Outro problema era que, pela incapacidade de andar em terrenos moderadamente moles, fazia com que antes de qualquer missão, o caminho era escoltado pra assim então o SPG tomar seu rumo. A blindagem realmente fazia sua parte, em sua maioria eram abatidos por minas terrestres.

Resolução de problemas a modificações:

Os primeiros Ferdinand construidos não tinham nenhum tipo de arma anti-infantaria, o que causou muitos problemas em campo de batalha e inclusive alguns foram abatidos por coquetéis molotov no compartimento do motor, sendo assim foram adicionadas uma metralhadora para o operador de rádio e uma cúpula para melhor visão do comandante. O problema do mantlet foi também resolvido por uma chapa de aço quadrada montada ao canhão. Após as modificações ele foi conhecido por Elefant.



Trivia: O Ferdinand usado no jogo é o Ferdinand antes das modificações, a mantlet quadrada foi feita o mais rápido possível, antes da metralhadora e da cúpula.


Poucos números, várias baixas inimigas

Documentos apontam como se centenas tivessem sido fabricados, quando foram na verdade apenas 90 unidades. E seu uso maciço foi somente na parte norte durante a Batalha de Kursk. O Ferdinand foi um dos mais bem sucedidos caça-tanques da história, com uma relação eliminações e perdas de aproximadamente 10:1. Durante a Batalha de Kursk, o 653° batalhão de caça-tanques afirma ter eliminado / desativado aproximadamente 320 inimigos ao custo de apenas 13 Ferdinands. Somente um tanque na época era capaz que lutar de igual pra igual com o SPG, a SU-152, e era uma questão de quem atirasse primeiro.

Pô WoT! De novo!


Diferente do que está no World of Tanks, não existia nenhum Ferdinand com uma arma de 128mm, a possibilidade foi cogitada porém a super-estrutura seria muito pequena para comportar arma de tal tamanho. Mais um projeto inventado pelos loucos de Minsk.


Bom pessoal, isso é tudo que tenho pra vcs sobre esse violentíssimo caça tanques, espero que tenham gostado, assim que eu puder, trago mais informações mais interessantes para vocês.
Boa sorte no campo de batalha!

-Isso é tudo pessoal!
- Cala a boca Hans! Somos alemães, não americanos!

Por #ThirdShotCharm

22 de setembro de 2015

Zoeira na História: O KV-220

 
Alguns discordarão mas afirmo pela minha experiência: KV-220 é um dos melhores tanques do WoT, se não o melhor Tier 5. Mas sempre tive curiosidade em saber se o KV-220 é como tantas outras máquinas no jogo, se realmente existiu ou é mais uma "viagem" do escritório de Minsk...

Pois fui atrás de saber mais sobre esse Pesado Premium Tier 5.





 

Tudo sempre começa no KV-1

O pesado KV-1 entrou em produção em 1940 com uma blindagem de 75 mm. Na época esta foi uma das blindagens mais espessas do mundo. No entanto, o KV-1 tinha muitos inconvenientes e os militares decidiram desenvolver um substituto.



Heavyweight de José Kotin
 

No verão de 1940, a fábrica Kirov de Leningrado e seu gabinete de projetos liderado por Joseph Kotin começaram a trabalhar em dois protótipos. Um deles era para ser armado com um canhão de 76 milímetros F-34 e outro com um canhão experimental, F-30 de 85 milímetros, desenvolvido pelo Bureau de Design Grabin. O chassi tinha 100 milímetros de blindagem e foi chamado KV-220 ou Object 220. Ele também é mencionado em documentos com o nome T-220Dependendo da fonte, a massa final do tanque atingiu entre 62 a 65 toneladas. O motor original do KV-1 se mostrou ineficiente para lidar com tanto peso e os projetistas do tanque acabaram alongando o casco para adicionar um motor mais potente. O KV-220 começou testes em janeiro de 1941. Durante os testes no campo de prova, seu motor quebrou no segundo dia e o veículo acabou retornado à fábrica. Em 1941, muito provavelmente na primavera, outro KV-220 foi reconstruído, mas nunca participou de testes.



KV-220 a KV-3
 
Ao mesmo tempo, a inteligência russa informou que a Alemanha estava desenvolvendo um pesado de 45 toneladas com blindagem espessa e um poderoso canhão. Vendo a necessidade de um projeto mais confiável que o KV-220, a fábrica bélica Kirov foi chamada para desenvolver um veículo com uma blindagem ainda mais espessa e um canhão 107 milímetros ZiS-6. O canhão já existia, de modo que o chassi e torre do KV-220 foi usado como uma plataforma de teste para o KV-3. Foi equipado com um motor de 850 hp que "puxava" quase 70 toneladas. Mas o  KV-220 não teve confiabilidade excepcional. Registros mencionam dificuldade de mudança de velocidades e a falta de componentes da suspensão. No entanto, até o início da Grande Guerra Patriótica, o tanque viajou mais de 1900 quilômetros. Com a invasão alemã atrapalhando o desenvolvimento de novas armas, o projeto KV-3 foi transferido para Chelyabinsk, mas ambos KV-220s foram deixados em Leningrado. Em outubro de 1941, eles acabaram equipados com torres padrão e canhões de 76 milímetros. Os tanques foram enviados para a 124ª Brigada de Tanques, que fez a defesa de Leningrado.






Protótipos na linha de frente

 Os dois protótipos do KV-220 foram perdidos em ações de guerra. O comandante da 124ª Brigada D. Osadchev recorda que um destes veículos foi perdido quando se chocou em uma ponte ferroviária sobre o rio Tosna em dezembro de 1941. O tanque perdeu sua torre e ficou inutilizável. Em 2013, Yuri Pasholok descobriu documentos nos arquivos centrais do Ministério da Defesa, que afirmou que o outro KV-220 permaneceu na 12ª Regimento Independente de Tanques até 1944. A torre original do KV-220-1 protótipo foi removido e utilizado na frente de Leningrado como uma caixa de medicamentos até 1944. 

Qapla'

#alegetbrz


Fontes:

- M.N. Svirin, Tankovaya Mosch SSSR volume 2: V Tyazheluyu Poru, Moscow, Yauza, Eksmo, 2008
- Sovetskiye Bronirovanniye Mashiny compilation, Moscow, Eksprint, 2002
- M. Kolomiyets, Istoriya Tanka KV, Frontovaya Illustratsiya #5, 2001
- CAMD RF documents provided by Yuri Pasholok

ZGneverends




Agora os Zoeiros do Apocalipse tem um espaço para muito mais informação, história e claro, aquela zoeira esperta que só o brasileiro sabe fazer.

Sejam bem-vindos ao Zoeira no Blog!